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o saber da linha

texto crítico da exposição coletiva. 2015

 

 

A pesquisa de Tchelo começou no papel com linhas. Primeiro elas vieram com caneta e grafite, depois tinta e papel finalmente ganharam o espaço. Naturalmente um novo procedimento não interrompia o trabalho com os anteriores.

 

Ao repetir pautas sobre o papel, Tchelo parece buscar a igualdade em elementos desiguais. Uma linha desenhada à mão jamais se repetirá, pois o que a constrói não é o movimento do lápis, caneta ou pincel. Estes desenhos revelam que é o corpo como um todo que se move para traçar a linha, e deste movimento resulta sempre um novo elemento. As tangências e formas são o resultado de um esforço mental e corporal a um só tempo.

 

Em sua produção mais recente, o artista pesquisa a anulação desses procedimentos humanos, ao deixar o próprio carvão riscar o espaço graças ao peso e torção da madeira queimada. Com esse procedimento o artista explicita que o desenho, a linha e o traço nascem do movimento dos corpos.

 

 

Paulo Gallina

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